Farmacologia e Psicofarmacologia: Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios Desde a Década de 1990

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Farmacologia e Psicofarmacologia: Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios Desde a Década de 1990

A Farmacologia é o estudo e o uso científico de substância químicas que alteram o funcionamento do ser vivo.

De forma resumida, podemos dizer que ela tem o objetivo de tratar algumas desordens, patologias e/ou desconfortos.

Tendo isso em mente, neste artigo com vídeos, sons e infográficos você verá:

  • Breve Histórico da Farmacologia e da Psicofarmacologia.
  • A Evolução dos Antidrepressivos.
  • Explicação do Funcionamento Bioquímico da Psicofarmacologia.
  • O Processo de Registro de Medicamentos.
  • O Nascimento de Uma Ciência.
  • Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios Desde a Década de 1990.
    • Tudo com Base na Lei.
    • Formação Em Nível de Pós-graduação.
    • O Exame Nacional.
    • Prescritor Independente.
    • Prescrição Segura e Efetiva.
    • Legislação Específica.
  • E os Psicólogos Brasileiros?
  • Vídeo da Associação de Psicólogos Aborda a Prescrição de Remédios.

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Farmacologia e Psicofarmacologia: Breve Histórico

Do ponto de vista psicológico temos a psicofarmacologia. Apesar do seu apelo popular, ela é uma prática na área da saúde relativamente recente.

O nascimento da psicofarmacologia remonta, principalmente, ao final da década de 1940.

Na época de 40 deu-se a invenção das substâncias que prometiam alterar o funcionamento neuropsicológico do sujeito tido como doente mental.

… eu gostaria de levantar uma ideia simplista, mas talvez relevante, segundo a qual o nível final de resolução para a compreensão de como a intervenção psicoterapêutica funciona é idêntica ao nível com que nós estamos atualmente buscando entender como intervenções psicofarmacológicas funcionam – ao nível individual de células nervosas e suas conexões. (Eric Kandel, 1979: 1028).

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Farmacologia e Psicofarmacologia: Explicação do Funcionamento Bioquímico

A explicação para o funcionamento da psicofarmacologia é o mesmo para a eficácia da Psicoterapia.

Do ponto de vista bioquímico, ambas as estratégias clínicas alterariam o funcionamento neuropsicológico. Elas fariam uma espécie de “reestruturação” nas conexões entre neurônios (células nervosas do nosso sistema nervoso central – SNC).

 

Farmacologia e Psicofarmacologia: O Nascimento de Uma Ciência

Em 1949, aconteceu a avaliação do primeiro “remédio psicológico”. O terapeuta australiano John F. Cade comprovou que o carbonato de lítio estabilizava o humor do “doente bipolar”, também rotulado de “psicótico maníaco-depressivo”.

Essa nova intervenção ficou potencializada nos anos 50.

Em 1952, os pesquisadores franceses Jean Delay e Pierre Deniker utilizaram e testaram o neuroléptico clorpromazina.

A avaliação ocorreu durante 3 dias em 8 pacientes psicóticos. Com isso, os pacientes tiveram uma redução das suas alucinações auditivas.

Assim, essa droga (tida como o “primeiro psicotrópico eficaz”) deu impulso ao tratamento químico de determinados transtornos psicológicos.

Em outras palavras, a clorpromazina (o primeiro “antipsicótico”) inaugurou a psicofarmacologia.

Farmacologia e Psicofarmacologia: Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios Desde a Década de 1990

Desde setembro de 1991, há um programa do “Departamento de Defesa” dos EUA no qual os psicólogos clínicos militares prescrevem remédios aos seus pacientes.

A prescrição desses profissionais é feita com base na lei dos EUA.

O psicólogo americano pode prescrever de forma livre e autônoma, desde que tenham realizado formação específica, passado no exame nacional e tenha sido aprovado na sua prática de prescrição supervisionada.

Com isso, desde de 1999 há Estados americanos com legislações específicas que autorizam e regulam essa estratégia terapêutica e química do psicólogo clínico.

 

Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios: Tudo com Base na Lei

Em 2002, o governador de Novo México, Gary Johnson, usando os ótimos resultados do “Departamento de Defesa” americano, aprovou uma lei que autorizou que os psicólogos com pós-graduação em Farmacologia pudessem prescrever remédios .

 

Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios: Formação Em Nível de Pós-graduação

A pós-graduação em Farmacologia para psicólogos tem duração de 450 horas.

Além disso, a especialização conta com prática clínica supervisionada e com uma certificação nacional.

Esse curso americano conta com disciplinas, que os psicólogos brasileiros já cursam na sua graduação, como, por exemplo: psicofarmacologia, neuroanatomia, neurofisologia, clinica farmacológica, farmacologia, fisiopatologia, epidemiologia, etc.

Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios: O Exame Nacional

Após formação em nível de pós-graduação, se aprovado no exame nacional, o psicólogo recebe uma licença para praticar a prescrição de remédios.

Essa primeira licença para prescrever remédios tem duração de 2 anos.

Durante esse período o psicólogo clínico prescreve remédios sob a supervisão de outro profissional mais experiente na área de farmacologia.

Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios: Prescritor Independente!

No final desses 2 anos, se for aprovado nas avaliações, o psicólogo pode solicitar prescrição de forma independente.

Como um “prescritor independente”, o psicólogo clínico mantém uma relação colaborativa com os demais profissionais de saúde do paciente.

Em resumo, após especialização em farmacologia, provas acadêmicas, exame nacional e prática supervisionada, o psicólogo está apto à prescrever remédios sem supervisão.

Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios: Prescrição Segura e Efetiva

Conforme o psicólogo americano Ph.D Russ Newman (2002), Diretor Executivo do setor de Práticas Profissionais da “American Psychological Association” (APA) esses cursos de pós-graduação garantem uma prescrição segura e efetiva.

Russ Newman comenta que com essa nova estratégia os psicólogos promoverão mais qualidade na sua intervenção e redução de custos.

Isso ocorre porque as pesquisas científicas (realizadas também por psicólogos clínicos e neuropsicólogos) mostram que a combinação de psicoterapia com o uso dos remédios produz resultados mais rápidos no tratamento de determinadas patologias (ex.: depressão, TOC, pânico, etc.).

Psicólogos Americanos Prescrevem Remédios: Legislação Específica

Atualmente há vários territórios que desenvolveram legislações que autorizam o psicólogo a prescrever remédios, como: Louisiana, Novo México, Georgia, Illinois, Hawaii, Tennessee, Guam.

Nos últimos 10 anos mais de 13 estados americanos criaram legislação sobre a prescrição de remédios pelo psicólogo.

Além disso, mais de 31 associações de psicólogos têm gerado forças-tarefa para instituir o direito de prescrição aos psicólogos.

Farmacologia e Psicofarmacologia: E os Psicólogos Brasileiros

No Brasil, já existem inúmeros psicólogos com especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado na área farmacológica.

Como comentam os psicólogos Dr. Jesus Landeira-Fernandez e Dr. Antônio Pedro de Mello Cruz:

 

… é também nosso objetivo chamar a atenção do psicólogo clínico para o fato de que sua prática pode e deve ser enriquecida através da aquisição de conhecimento e treinamento necessário para o emprego de drogas psicotrópicas. Entre as várias razões que justificam esse direito está o grande avanço que a psicofarmacologia vem conquistando graças à pesquisa básica, que conta, inclusive, com grande participação de pesquisadores com formação em psicologia. Outra razão importante é que drogas psicotrópicas, bem como as psicoterapias, parecem atuar de forma semelhante no sistema nervoso central. (LANDEIRA-FERNANDEZ; CRUZ, 1998).

Farmacologia e Psicofarmacologia: Vídeo da Associação de Psicólogos Aborda a Prescrição de Remédios

Veja o vídeo (no Youtube) da “Associação de Psicologia do Estado do Missouri (EUA)”.

Essa importante associação aborda a prerrogativa para prescrição de medicamentos por parte dos psicólogos clínicos.

O vídeo foi legendado pelo psicólogo Dr. Paulo Abreu.

 

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Farmacologia e Psicofarmacologia: Psicólogos e a Prescrição de Remédios

Qual a sua opinião sobre esse tema?

Você gostaria que os psicólogos clínicos brasileiros (capacitados em farmacologia) também prescrevessem remédios?

Isso faria diferença no atendimento da população brasileira?

Isso ajudaria no sistema de saúde pública?

E no sistema de saúde privada?

O que você pensa sobre tudo isso?

Bibliografia

  • KANDEL, Eric. R. (1979). Psychotherapy and the single synapse: The impact of psychiatric thought on neurobiological research. The New England Journal of Medicine, nº 8, p.1028-1037.
  • LANDEIRA-FERNANDEZ, J.; CRUZ, A.P.M. (1998). A interpretação psicobiológica da clínica psicológica: Por que a psicoterapia funciona? Por que psicoterapeutas devem ter o direito de prescrever drogas psicotrópicas? Cadernos de Psicologia. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (RJ). nº 01.
  • NEWMAN, Russ (2002) in.: American Psychological Association (APA). New Mexico Governor Signs Landmark Law on Prescription Privileges for Psychologists. Washington, D.C., March 06.

Trabalhos científicos que defendem a prescrição dos psicólogos:

  • BARCLAY, A. (1989). Proposal for[i] re-training clinical psychologists for limited prescription privileges. Falls Church, VA: Department of Defense, Office of Surgeon-General, Department of Army, Directorate of Professional Services.
  • BROSKOWSKI, A.T. (1995). The evolution of health care: Implications for the training and carrers of psychologists. Professional Psychology: Reseach and Practice, nº 26, p. 156-162.
  • DELEON, P.H. (1993). Prescription privileges for psychologist: Evolution within the APA governance. National Register, nº 3, p. 01-10.
  • DELEON, P.H. (1995). Prescription privileges: Esciting federal developements. The Independent Practitioner, nº 15, p. 30-31.
  • DELEON, P.H., FOX, R.E. & GRAHAM, S.R. (1991). Presciption privileges: Psychology’s next frontier? American Psychologist, nº 46, p. 384-393.
  • DELEON, P.H. & WIGGINS, J. (1996). Prescription privileges for psychologist. American Psychologist, nº 51, p. 225-229.
  • FOX, R.E. (1994). Training psychologists for the twenty-first century. American Psychologist, nº 49, p. 200-206.
  • FOX, R.E., SCHWELITZ, F.D. & BARCLAY, A.G. (1992). A proposed curriculum for psychopharmachology training for professional psychologists. Professional Psychology: Research and Practice, nº 23, p. 216-219.
  • LANDEIRA-FERNANDEZ, J.; CRUZ, A.P.M. (1998). A interpretação psicobiológica da clínica psicológica: Por que a psicoterapia funciona? Por que psicoterapeutas devem ter o direito de prescrever drogas psicotrópicas? Cadernos de Psicologia. Universidade Estadual do Rio de Janeiro (RJ). nº 01.
  • KLEIN, R.G. (1996). Comments on expandings the clinical role of psychologist. American Psychologist, nº 51, p. 216-218.
  • PACHMAN, J. (1996). The dawn of a revolution in mental health. American Psychologist, nº 51, p. 213-215.
  • SAMMONS, M.T., SEXTON, J.L. & MERIDITH, J.M. (1996). Basic science training in psychopharmachology: How much is enough? American Psychologist, nº 51, p. 230-234.
  • SMYER, M.A., BALTER, R.L., EGLI, D., JOHNSON, D.L., KILBEY, M.M., LEITH, N.J. & PUENTE, A.E. (1993). Summary of the report of the Ad Hoc Task Force on psychopharmachology of the American Psychological Association. Professional Psychology: Research and Practice, nº 24, p. 394-403.
Autor: Alex Tavares.

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